sexta-feira, 7 de março de 2008

31º dia - Paso de Jama - Salar de Pujsa

20/01/2008.




Trajeto percorrido: 85 km.



Altitude aproximada:
Paso de Jama: 4100 m.
Salar de Pujsa: 4580 m.












7ª etapa. Segunda Región de Antofagasta: 478 km.





A noite além de ventar muito também choveu. Com os diferentes tipos de solo que peguei para acampar foi inevitável que fizesse um ou outro pequeno furo na barraca, mesmo com a lona que uso sob ela.

Então, com a chuva, infiltrou água e o isolante não segurou, acordei com as costas molhadas e com muito frio.

Pior, meu tênis que tinha ficado do lado de fora também amanheceu encharcado e com temperatura abaixo de zero. Minha salvação foi a meia de neoprene que tinha levado, que encarou bem a situação.







Marco divisório da fronteira.












"S. P. de Atacama 160. Calama 225. Iquique 665.






"Limite Internacional Argentina/Chile. A. S. N. M. 4320 m."


Uma subida pesada já de manhã nos levou acima dos 4300 m...







Pela manhã, notamos que estávamos ao lado dos montes nevados que havíamos visto no dia anterior.
Foi um impacto perceber isto de repente hehe...






































































E então um campo a 4400 m. Por toda parte no horizonte víamos montes nevados (que para nós pareciam colinas).
































































Mesmo com o sol ligeiramente alto era impossível embalarmos na descida, sob o risco de virarmos duas pedras de gelo.















































































































































"Republica de Chile. Ecosistema Fragil. "

"Area de nidificacion del flamenco chileno."

"Transite con precaucion sin perturbar la fauna."








































Só a partir das 11:00 começou a esquentar, mas também foi pra valer...

Aqui encontramos também o casal de Campo Grande, que como haviam prometido nos trouxeram água e também dois sanduíches. Vieram em ótima hora, além de empanadas tínhamos apenas bolachas para comer.






























E então começamos a subida para atacar os 4830 m. Ponto mais alto do Paso de Jama.












Porcuramos lugar para descansar, mas não havia nem sombra de sombra... então improvisamos um abrigo com um dos meus cobertores...










Só que nosso descanso não durou quase nada, pois subitamente o tempo fechou no topo, com raios e início de neve...

Corremos pra chegar lá o quanto antes, na esperança de passar por esta com pouco ainda.




















A partir dos 4500 ficou realmente muito difícil pedalar... dávamos algumas pedaladas e parávamos com a cabeça latejando e taquicardia.

E o som também era impressionante, pois não se propagava direito. Era um silêncio assustador. O som dos caminhões chegava como se estivéssemos em uma câmara.





Aqui encontramos um grupo de jipeiros de Curitiba. Passaram por nós gritando "Curitibaaaa"hehe. Provavelmente os guardas na fronteira avisaram de nós, creio que até no intuito de averiguarem se precisávamos de algo, pois por mais que fossem dureza dava pra ver que simpatizaram conosco. Conheciam bem aquele trecho e sabiam o que estávamos sujeitos a passar.

O último jipe do grupo parou para conversar. Falaram de um amigo deles que já tinha feito este trecho há vários anos, desde Curitiba. Agora não recordo o nome do sujeito... nem pude anotar pois já partimos para tentar passar pelo topo antes que o tempo fechasse muito.

























































































A partir dos 4700 suportávamos apenas umas dez pedaladas de cada vez. A pressão era enorme. Quando eu achava que era só comigo, tava lá o Bruno caído no guidão segurando a cabeça com as mãos hehehe...

E a subida ficou vertiginosa... vertical mesmo. Mais um pouco pareceria ladeira de centro histórico.






Mas o que mais me deixava tenso não era a subida, e sim o tempo que não parava de piorar... e a subida nos levando justamente para o centro da nuvem...




Nos últimos 30 m. de subida ( a partir de onde o Bruno está na foto) pela segunda vez na viagem bateu o desespero haha... tem que contar ora.

Não sabia até aonde a subida iria, e apavorado com o tempo (não com a subida), pois começou a nevar, peguei carona em um caminhão. O Bruno zoou um monte. Assim que me agarrei no caminhão já vi que acabava a subida... sacanagem. Depois de tanta ralação só pra me tirar o gostinho de chegar no topo pedalando.

Piração com o tempo é trauma de canoísta... mas isto é uma outra história. Eu esqueço que no asfalto não ficamos à deriva hehe.












E aí registrado o topo do paso de jama. 4830 m.

Meu casaco estava coberto de flocos de neve, mas não aparece na foto.





E então descida, mas não muito. Só até os 4550m.



































































"Avifauna."

"En el salar de Pujsa habitan diversas especies de avifauna, destacando el Flamenco de James (hahaha), Flamenco Andino y Flamenco Chileno. También estan presentes el Caití y la Perdicita Cordillerana."






O salar, ao longe...

Aqui pegamos um vento terrível contra. A bike não andava mesmo, sem falar no frio.




























FLY AS HIGH AS THE SUN!





















Bueno, paramos para acampar no final da região de campo. Ainda era 18:30, porém eu sabia que tinha mais subida e talvez não houvesse mais abrigo, esta mureta nos protegeu do vento (desde que deitados), que continuou forte até anoitecer. Depois o vento parou, mas deu lugar a um frio terrivelmente intenso.

Pra se ter uma idéia, eu precisava urinar e precisei de meia hora para criar coragem em sair da barraca...

Foi providencial também parar cedo, pois aproveitei o resto de sol para secar meu isolante, que não estava encharcado, mas restava humidade.

















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